Acabei de chegar a casa, pouco fiz diga-se a verdade, foi uma tarde pouco produtiva. As sextas são sempre assim, aquela sensação de sair da Universidade e saber que vou ter de passar dois dias sem acordar pela manhã com a possibilidade remota de te ver. Tantos fins de semana que já passaram e ainda não me habituei à ideia, cada vez é pior. Sinto-me um caos.
Passei tanto tempo a pensar em ti. Não imaginas. Muitas
pessoas olhavam para mim, mas já é normal, não sei porque as pessoas olham para
mim se não as conheço de lado nenhum nem quero conhecer. Os meus olhos estavam
em alguém que não estava ali, não noutros que podiam passar e não significam
nada. A vida é injusta, queria tanto ver alguém especial e só olham para mim pessoas
desconhecidas que mesmo desviando o olhar continuavam a olhar.
Vou-te confessar que de 5 em 5 minutos, nem isso, via-te no
meu telemóvel. Escondia bem o telemóvel para o meu colega não se aperceber que eu
não estava a estudar. Mas fazia-me tão bem, a seguir trabalhava o dobro ou o
triplo porque sentia conforto dentro de mim. É pena nos testes isso não ser
possível.
O pior momento foi chegar ao parque por volta das 16:30h e
ver entre tantos lugares vazios, o teu. Não te vou mentir que vieram as minhas
lágrimas aos olhos como de costume. O meu carro estava junto dali, na fila do
meio, em frente quase ao teu.
Mas decerto nem reparaste, era um carro banal como os
outros. É fácil descobrires qual é, se encontrares uma matrícula que tenha as duas
letras inicias da palavra, de três letras, cuja tradução de inglês é “desligado”,
encontrarás o meu carro, da cor do teu, com facilidade. As letras estão no fim
da matrícula, já é dos antigos, do último ano do século que passou. Não tem o
brilho do teu, mas funciona. É um carro de dois lugares apenas, comercial, mas
para mim chega, há sempre um lugar vazio do outro lado e está reservado. A
quem? Tu sabes. É justo saberes, se sei o teu, também deverias saber qual o meu
carro. Se um dia conseguir estacionar ao teu lado irei-te dizer, prometo. Mas
decerto nem quererás saber, tolice minha.
Quando cheguei a casa sentia o peso das minhas pernas, da
mochila que transporto todos os dias, de tanta coisa que pesa e que não se vê.
Mas ganhei momentos tão bons em pensar no que me motiva todos os dias. Desculpa
ser egoísta ao ponto de pensar demais em ti, prometo que irei mudar, porque
deves achar-me um tolo.
Mas a vida é feita de fins-de-semana dolorosos, pesados.
Tenho de ver se arranjo forças para estudar, vai ser difícil.
Mas não vou desistir, porque eu amo-te!
13 JAN, 2017 0
Segue-os no instagram!
© 2016 Sentimentos Verdadeiros. Todos os direitos reservados | Desenvolvido por Aquele que Gostava de Ser Feliz